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sábado, 10 de novembro de 2012

SAÚDE – Mãe vê filha morrer por falta de médico e transporte fluvial em distrito de Guajará-Mirim

Há mais de três meses, o casal Fabrício Fernandes de Oliveira e Eliane Oliveira, que residem no Distrito de Surpresa, comunidade pertencente ao município de Guajará-Mirim (RO), sofrem com a morte da filha, que apenas tinha poucos meses de vida na fronteira com a Bolívia. A criança apresentou sinais de diarreia e vomito e os pais a levaram até o a unidade de saúde de Surpresa, o profissional da área de saúde que estava no plantão, disse aos responsáveis pela criança, que ela estava com infecção intestinal. Deu Dipirona a paciente e solicitou dos pais o retorno ao posto de saúde caso a menina não melhorasse.
 
A unidade de saúde de Surpresa não tem medicamentos, ferramentas de trabalho e principalmente profissionais da área de saúde do Estado de Rondônia na região localizada as margens do rio Guaporé. Distante de tudo e todos, os pais retornaram ao posto e o profissional de saúde não identificado por Fabrício e Eliane, aplicou uma dose de antibiótico na criança. Em seguida a menina começou apresentar sinais de alergia ao medicamento. De acordo com os pais da vítima, após tomar o antibiótico à criança aparentou estar pior do que já estava. 

O desespero bateu e a mãe desabafou: “Você vai deixar a minha filha morrer aqui dentro”, disse Eliane Oliveira ao profissional de saúde de Surpresa no posto de saúde caindo aos pedaços. Para amenizar a situação, segundo a mãe da vítima, o profissional de saúde fez uma compressa com tabaco na barriga da criança, porém, a tentativa de salvar a vida da menina, após perceber que ela tinha alergia a antibióticos não adiantou de nada. A situação já não era mais do que desesperadora, passou a ser caso de vida ou morte.
Os pais da criança passaram a correr atrás de um transporte fluvial, único meio de se chegar à cidade de Guajará-Mirim (RO). O percurso de Voadeira (Pequena embarcação) entre o município e o distrito ultrapassa as 04h00 de viagem pelo rio Mamoré e Guaporé. Entretanto, Fabrício Oliveira e Eliane Oliveira os pais da criança doente, encontraram o transporte, porém, ele somente sairia no dia seguinte, pois a embarcação também iria levar outro doente para a cidade. 

A criança lutava contra a morte as margens do rio Guaporé em uma área remota da Amazônia brasileira por mais de 24h00. A pequena embarcação sai de Surpresa rumo à cidade de Guajará-Mirim, a menina com pouco tempo de vida reage aos ataques da morte, que navegava pelas águas turvas do rio Guaporé e o pai de família Fabrício Oliveira descreve: “Ela deu crise duas vezes no meu braço, enquanto nós navegávamos pelo rio, o coração dela pulava do peito... Chega eu pensava que ele iria soltar pra fora, de tão forte que era! Depois vinha aquele monte de bolinha roxa pelo seu corpo... Febre muito alta e derrepente ela ficava branquinha, sem uma cor na pele. Foi uma das piores sensações que eu já passei”, disse o pai da vítima.
O condutor da Voadeira fez o seu tempo máximo de viagem, marcando três horasem um percurso feito no mínimo quatro horas de viagem, mas não foi suficiente para salvar a vida da filha de Fabrício e Eliane do Distrito de Surpresa. A mãe Eliane pegou a filha dos braços do marido e percebeu que algo de estranho tinha acontecido, pois ela havia parado de chorar e ficou muito tranquila. Logo em seguida, Fabrício pegou nos pulsos da menina e percebeu que a criança não apresentava mais sinal de vida. 

Eliane ficou com sua filha nos braços por mais de uma hora na beira do rio Mamoré em Guajará-Mirim, pois não havia profissionais de saúde de plantão no município que faz fronteira com a Bolívia. A precariedade é muita nas áreas mais isoladas da Amazônia brasileira, porém, as cidades próximas destes distritos também apresentam situações semelhantes, pois falta médico, enfermeiros, medicamentos, ferramentas de trabalho etc. 
 
Portanto, o povo do Estado de Rondônia, principalmente de Surpresa necessita em período emergencial um transporte fluvial adequado e profissional da área de saúde com conhecimento técnico fundamental. “Eu espero que melhorem a saúde em Surpresa. Ao menos deixem disponível para a comunidade uma ou duas Voadeiras, enfermeiros e medicamentos para o povo. Isto aconteceu com a gente e eu espero que não se repita esta situação, pois isto se transforma em um trauma”, finalizou a mãe de família Eliane Oliveira, moradora de Surpresa, distrito de Guajará-Mirim (RO).

 
Fonte: Rondoniaovivo
Autor: Maique Pinto

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